A ESPERANÇA CRISTÃ QUE VEM DO RESSUSCITADO FAZ SEGUIR EM FRENTE NOS CAMINHOS DA VIDA

  Artigo de Formação 006


A todas as consagradas e consagrados, religiosas e religiosas
da Conferência dos Religiosos do Brasil no Paraná,


Graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, 
porque conheceis Deus e Jesus, nosso senhor (2Pd 1,2)

Venho, através deste meio de comunicação, manifestar a proximidade e desejar que todos estejam bem e animados na esperança e caridade. 

Estamos chegando ao final do Tempo Pascal com a celebração da Ascensão e Pentecostes. Este tem sido um tempo estranho para todos, estamos de portas fechadas não devido ao medo dos judeus, mas para nos proteger e também nossos entes queridos de uma micropartícula que assusta, mata e coloca em evidência a fragilidade e desigualdade em que estamos inseridos.

A crise que todos estamos vivendo com a pandemia do novo coronavírus nos força a entrar em contato com nossa fragilidade como seres humanos principalmente diante da doença e da morte. O isolamento social estimula a solidariedade porque desperta no mundo inteiro os mesmos sentimentos. Estamos todos juntos e esta experiência nos ajudará a ser menos egoístas e mais atentos à vida comum. Se o contágio afeta as relações, estar em casa é uma forma radical de reconstrução dos relacionamentos familiares e comunitários. Torna-se um tempo forte de introspecção que ajuda a buscar sentido para vida e para tudo que estamos passando. Certamente sairemos desta crise diferentes e mais fortes para estabelecer experiências novas de fraternidade. 

A pandemia ensinou muitas outras coisas aos que acreditam e também àqueles que não creem. De fato, ela nos revelou a grandeza da ciência, mas também seus limites; ela reescreveu a escala de valores que não tem dinheiro ou poder no topo. Estando em casa juntos, pais e filhos, jovens e idosos, pudemos sentir o quão importante são as relações construídas na alegria e na dificuldade. A pandemia simplificou o supérfluo e nos ensinou o essencial. Tem nos forçado a encarar a nossa finitude à medida que acompanhamos tanta gente sofrendo. Ela nos tornou irmãos e irmãs de muitos Jó, dando-nos o direito de até protestar com Deus, de questionar e reclamar com ele. Mas, acima de tudo, revelou um valor supremo, o amor.

 Em uma de suas audiências o Papa Francisco disse que a “Ascensão do Senhor ao céu, enquanto inaugura uma nova forma de presença de Jesus no meio de nós, nos pede para ter olhos e coração para encontrá-lo, servi-lo e testemunhá-lo aos outros. Trata-se de ser homens e mulheres da Ascensão, ou seja, buscadores de Cristo pelas sendas do nosso tempo, levando a sua palavra de salvação até aos confins da terra. Neste itinerário, encontramos o próprio Jesus nos irmãos, sobretudo nos mais pobres, em quantos sofrem na própria carne a dura e mortificadora experiência de antigas e novas pobrezas. Assim como inicialmente Cristo Ressuscitado enviou os seus apóstolos com a força do Espírito Santo, também hoje Ele nos envia, com a mesma força para dar sinais concretos e visíveis de esperança. Porque Jesus, que nos dá a esperança, foi elevado ao céu, abriu as portas do céu e a esperança que nós para lá iremos”.

A esperança cristã que nasce do Ressuscitado possui uma força e tensão para nos fazer seguir em frente nos caminhos da vida. Ela tem sua origem em Deus que a coloca dentro de nós como uma semente e como princípio de ação que tem como meta o próprio Deus: “Minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo” (Sl 42).
É com esta esperança que quero saudar cada consagrada e consagrado do nosso Regional Sul2 do Paraná. Obrigado pelo testemunho de vida e que o Espírito do Ressuscitado faça todos novas criaturas confiando que nunca estamos sós: “Eis que estarei convosco todos os dias”. 

“A Virgem Maria que, como Mãe do Senhor morto e ressuscitado, animou a fé da primeira comunidade dos discípulos, nos ajude também a manter «elevados os nossos corações», como a Liturgia nos exorta a fazer. E, ao mesmo tempo, nos ajude a ter “os pés no chão”, e a semear com coragem o Evangelho nas situações concretas da vida e da história” (Papa Francisco).


Minha bênção e um forte abraço!


             Dom João Carlos Seneme, css
                 Bispo de Toledo

 
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