A PANDEMIA CORONA VÍRUS E A SOLENIDADE DAS ASCENSÃO DE JESUS

                                                                                                                                                                        Artigo de Formação 005

A pandemia caiu como uma bomba. Deparamo-nos com um vírus de alta letalidade. Os especialistas dizem que se trata de uma guerra “contra um inimigo invisível”. As seguranças humanas foram postas “em cheque”. A economia foi extremamente abalada. É comum ouvir a afirmação: “o mundo não será mais o mesmo depois desta pandemia”. Igrejas foram obrigadas a permanecer fechadas. A festa maior, a Páscoa, não pode ser celebrada como comunidade reunida. Um longo período de isolamento. Um verdadeiro deserto moderno. Ficou claro o conflito entre a defesa da vida, dom de Deus versus o poder da economia e do deus mercado. A solidariedade está sendo a nota maior, especialmente entre os pobres. Ficaram escancaradas as desigualdades sociais em nosso país. Fomos convidados e desafiados a refletir sobre os valores que sustentam nossa vida humana e cristã; conduzidos às raízes de nossa existência. Onde colocar nossa segurança? Como ler este “sinal dos tempos”? Onde está Deus em meio a tudo isto?

A Solenidade da Ascensão do Senhor pode lançar uma luz sobre o momento atual. Na oração do dia rezamos: “... somos chamados na esperança a participar da glória de Jesus”. No Prefácio se louva o Pai por que o Senhor “subiu aos céus não para afastar-se de nossa humildade”, mas conduzir-nos à “glória da imortalidade”. E no Evangelho de Mateus, Jesus, ao se despedir dos discípulos afirma solenemente: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”(Mt 28,6-20). Lucas nos Atos dos Apóstolos (primeira leitura) acrescenta: “... recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas... até os confins da terra”(At 1,1-11).

Como consagradas e consagrados somos chamados a “transformar os momentos difíceis em momentos de graça”, no “poder do Espírito Santo”; por que enviados pelo Senhor a testemunhar “na esperança” que a palavra definitiva na história pertence a Deus. A Ressurreição e Ascensão do Senhor definem para sempre o sim de Deus: somos destinados à glória no amor eterno do Pai.

Estimadas religiosas e religiosos, não deixemos de acreditar no amor de Deus por nós. Levantemos a cabeça e reforcemos o dom a esperança. 

Saudações a todos, meu abraço fraterno e rezemos uns pelos outros.

 Pe. Angelo Perin, MS

 
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