O SEGREDO DA FELICIDADE PODE ESTAR NA SOLIDARIEDADE E NA PARTILHA.

Artigo 026

Dias atrás, estava lendo um pequeno livro do Padre Roque Schneider, famoso escritor, sendo muitos de seus livros no sentido de entreajuda e orientação espiritual.  Certa vez escreveu sobre “A FELICIDADE DE PARTILHAR”. Vou transcrever pequenas partes desse texto, mas sempre “colocando minha colher no meio”.

Ele disse que certo dia uma jovem de 23 anos, de nome Maria Cristina (nome fictício), foi procura-lo para desabafar suas desventuras. O Padre tentou consolá-la. Disse-lhe: “Levanta a cabeça. Você nasceu para vencer, Maria Cristina. Confia em Deus ...” 

“Não adianta, Padre”, disse ela. “Eu nasci sob o signo da infelicidade, da solidão”.

Parece que este é hoje em dia o sentimento de muita gente. SOLIDÃO! ABANDONO! NINGUÉM OLHA EM MIM! ...

O Padre Roque continua: “Ironia e paradoxo: vivemos no século da comunicação e bilhões de seres humanos estouram de tédio e solidão”. 

Basta procuramos alguns médicos, psicólogos, psiquiatras, ou irmos fazer um levantamento em farmácias, para ver quais os remédios mais procurados, prescritos e vendidos. É para depressão, insônia e similares. Cada dia, cada ano, aumentam tentativas ou mesmo fatos de suicídios. Parece que quanto mais temos em conforto, tudo à mão, mil ofertas para tudo, soluções fáceis disponíveis, tanto mais nos isolamos e na maior parte das vezes, nem por querer. 

Já não temos tempo para conviver. Nas famílias, os casais passam mais tempos sozinhos do que no convívio de casal; os filhos ficam muito mais tempo no quarto ou no sofá com o celular, com o computador, do que com os pais e irmãos, quando ainda os têm. VIVE-SE SOB UM MESMO TETO, MAS NÃO SE FORMA MAIS UM LAR, UMA FAMÍLIA. A partilha de pensamentos, de ideias, de saberes, de prazeres, de amores, de bate papos, de contar histórias, de dizer como foi o dia ou de seus projetos de vida, de suas preocupações e de seus sonhos. QUEM TEM TEMPO PARA FALAR DISSO? QUEM TEM TEMPO PARA OUVIR, PARA ESCUTAR?

O Padre Roque diz logo abaixo: “A informática, os telefones, os veículos de comunicação social e os meios de transporte ENCURTAM DISTÂNCIAS, APROXIMAM POVOS E COMUNIDADE. Vivendo numa gigantesca aldeia global, somos informados instantaneamente de tudo o que acontece no universo. APESAR DISSO, A SOLIDÃO SE ALASTRA, SE ADENSA E MACHUCA. IMPLACAVELMENTE”!

Já falei dias atrás, que é muito triste quando se ouve, quase que diariamente, que muitos têm vontade de que esta pandemia, o isolamento e distanciamentos social logo passem, para que possam voltar ao trabalho, "À VIDA NORMAL", porque já NÃO AGUENTAM MAIS FICAR EM CASA. Dizem que já não sabem mais o que FAZER em casa. Sim! Porque nossa vida quase se resume no FAZER. Perdemos a noção da importância que a essência da vida está no SER. E o fazer pelo fazer, nos ocupa o tempo, mas não nos preenche e nem nos dá o sentido do viver. AÍ NASCE E SE REVELA A SOLIDÃO, mas é uma solidão vazia de sentido e então, a VIDA TORNA-SE UM PESO INSUPORTÁVEL DE CARREGAR. Nesta hora afloram (emergem) em nós sentimentos como disse aquela jovem Maria Cristina: “Não adiante. Eu nasci sob o signo da infelicidade e da solidão”

Não! Ninguém nasce sob signo nenhum. Nascemos sob a graça, a proteção e a marca do AMOR de Deus. Ninguém nasce marcado para sofrer, para a infelicidade e muito menos para a solidão. Desde as experiências humanas mais antigas já se afirma que o ser humano é por natureza e essencialmente um ser social, quer dizer, tende a conviver. Nenhum ser humano seria capaz de sobreviver sequer um dia ou uma semana SOZINHO. Somos em tudo, interdependentes. Uns dependem dos outros e não só dos outros humanos. Interdependemos do universo e por isso interagimos com os outros humanos e com a Mãe Terra e o que ela contém e o universo.

Assim podemos continuar dizendo com o Padre Roque Schneider: “Um remédio ou caminho para espantar a sombra ou ameaça inoportuna da solidão é o gesto da fraternidade e da solidariedade”. “A solidariedade afugenta a solidão, preenchendo nosso tempo e espaço, dando sentido ao nosso existir”. E ele continua: “A história milenar o comprova fartamente: quem se isola, egoisticamente, volta as costas ao Evangelho e se atolas fatalmente no pântano escorregadio da incomunicabilidade. E, ao contrário, quem partilha tempo, vida, amor, enveredou pelas avenidas da paz, da FELICIDADE, jogando longe o espantalho da SOLIDÃO, madrasta, importuna e cruel. DEFINITIVAMENTE, VIVER É PARTILHAR”. 

“Partilha nos dias de sol e de chuva, nos momentos de alegria e no túnel do sofrimento, quando os ventos sopram a favor ou contra”. E conclui com muita sabedoria: “Sofrimento repartido, no mistério do bem-querer, tem uma força incrível e transcendente. Chorar e rezar juntos, no caso de casal, a dois, consolida laços, aprofunda o amor”.

Dom Guilherme Antonio Werlang

 
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