Neste final de semana, entre os dias 19 e 20, os (as) junioristas de diversas congregações e ordens religiosas da CRB-Paraná estiveram reunidos na casa da Congregação dos Missionários de Nossa Senhora de Salette (Saletinos). O Juniter deste mês teve como tema: A Espiritualidade que transforma, sob a assessoria do Frei Sidney Damasio Machado, frade capuchinho. Com toda a certeza, o encontro deste final de semana foi marcado pela alegria e por momentos de partilha, oração e fraternidade.
O tema deste Juninter condiz muito com a realidade da vida religiosa consagrada, onde cada congregação religiosa possui um carisma diferente, mas que a espiritualidade está centrada em Jesus Cristo. Para isso, o assessor partiu dos aspectos bíblico e litúrgico para bem nos esclarecer sobre uma espiritualidade que deve transformar.
No evangelho de São João, o próprio Jesus diz: eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundancia (Jo 10,10). Na Sagrada Escritura, o ser humano é compreendido como dom de Deus e que deseja profundamente a vida na sua plenitude. Logicamente, o ser humano não está sozinho no mundo, isso porque Deus se faz presente na sua história e porque grande é o seu amor pela humanidade. Por assim dizer, é Deus quem toma a iniciativa no projeto da Salvação, que por sinal é livre e gratuito.
Nas palavras do Frei Sidney, o nosso olhar deve estar totalmente voltado para aquilo que é invisível ou eterno. Pois é na realidade do mundo invisível, manifestada no visível, que se encontra a presença velada de Deus, conforme se pode observar em nossas Igrejas. Nesse sentido, o termo religião significa colocar o ser humano em comunhão com esse Deus que deseja estar próximo. Por isso, Cristo se torna um ponto de convergência para qualquer ser humano que deseja estabelecer relação ou comunhão. Aqui, podemos estabelecer um elo com a nossa vivência em nossas diversas realidades, na qual a santidade de vida perpassa pelo caminho comunitário, isto é, somos criados para viver a comunhão, a exemplo da comunidade perfeita da Santíssima Trindade.
Nesse percurso, compreendemos que é importante celebrar e também viver a nossa vocação na comunidade, traduzida aqui como a dança da vida, da alegria. Cada membro é chamado por Deus a formar uma comunidade viva, ser dom de Deus na vida comunitária, ou simbolicamente, ser peça fundamental no grande mosaico da vida religiosa. Conforme nos diz o Salmo 133,1: como é bom e agradável, os irmãos viverem juntos bem unidos. Num caminho pedagógico desses dois dias, fomos inseridos no projeto trinitário para então sermos conduzidos a dar uma resposta livre e gratuita ao chamado divino mediante a nossa vivência comunitária. Logo, a espiritualidade somente nos transforma quando nos deixamos transformar por ela.
