POSTULINTER: ON-LINE


No dia primeiro de agosto de 2020, aconteceu mais uma manhã de formação com os/as Postulantes da diversas Congregações pela CRB-PR. A assessoria foi realizada pelo Professor Diogo M. Pessotto, da Diocese de São José dos Pinhais – PR. Com  tema: Cristologia.

O evento teve a participação de 19 Congregações, contando com 45 Postulantes acompanhados por seus formadores e a presença em tempo integral da Irmã Marizete, assessora da CRB.

Após acolhida dos participantes e do assessor, a Irmã Marizete deu início com um momento de oração pedindo as luzes do Espírito Santo e invocando a intercessão da Virgem Maria. Em seguida passou a palavra para o assessor.
Diogo fez uma oportuna reflexão sobre o Mistério Pascal e a vivência cristã na realidade de pandemia que estamos vivendo. Chamou essa reflexão de Reposicionamento. Reposicionamento da Cruz de Cristo e reposicionamento da Ressurreição de Cristo. 

Iniciou com algumas considerações e questionamento: a historicidades de fé diz que cremos na ressurreição de Jesus, mas uma concepção mágica e triunfalista vem influenciando o cristianismo. Faz-se necessário um resgate do sentido verdadeiro da cruz e da ressurreição de Jesus.  A ressurreição não é somente volta à vida: Jesus morreu e voltou a viver. Não. É preciso aprender a vê a ressurreição de Jesus em vista de nossa ressurreição cotidiana rumo à escatologia, ou seja, a ressurreição definitiva.

O Memorial de Jesus tem sentido quando há uma relação com a vida Cristã. A Celebração do Domingo, Dia do Senhor deve iluminar a vivência cristã durante os dias da semana, no trabalho, na família, no lazer... “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10).

Voltando a comentar um pouco sobre o Reposicionamento do Mistério Pascal, Diogo nos levou a refletir sobre as razões da morte de Jesus e o que a Cruz de Jesus nos diz sobre o sofrimento humano. Há muitos cristãos alimentando uma concepção romantizada da Cruz de Jesus, diz ele, adornada de ´rosas` pietices religiosos e humanísticas, práticas religiosas dissociadas do verdadeiro sentido do sofrimento. Há experiencias cristãs, ora rejeitando o sofrimento/cruz, acreditando em falsas promessas de estabilidade, ora conformando-se com o sofrimento, atribuindo a isso como “destino humano”, esvaziando o valor que o sofrimento humano tem na participação do sofrimento de Cristo. 

O Sofrimento de Cristo, a Sexta-feira Santa, não foi um teatro, os Evangelhos narram o grito de Jesus ao Pai “Porque me abandonaste”, hoje, nesse tempo de pandemia, Jesus sofre, Ele continua sofrendo em tantas pessoas, naqueles que perdem um ente querido, naqueles que foram contaminados e estão sofrendo nos hospitais entre a vida e a morte, ou aqueles que estão morrendo por falta de um leito na UTI, nos profissionais da saúde que se contaminaram e ou morreram por defender e proteger a vida do outro, e todos gritam “onde está Deus”, é o grito de Jesus na Cruz.

O cristão não precisa buscar o sofrimento, Jesus não buscou a cruz, a paixão e morte de Jesus foi uma consequência da obediência ao Projeto do Pai. Se meu projeto me leva à morte, o que importa aqui não é a morte, mas o projeto, refletiu Diogo. Quando se tenta exterminar alguém por causa de um projeto de libertação e em prol da dignidade humana, esse projeto se torna mais forte ainda.

Só é possível compreender a ressurreição a partir de Cruz, assim como não há como compreender a Cruz sem a Ressurreição. 

Os Evangelhos falam mais do sofrimento do que da ressurreição, mas o que importa não é o texto, quantidade de escritos, mas sim os efeitos da ressurreição que podemos constatar nos Atos dos Apóstolos, no Kerígma. A experiencia da ressurreição é comunicada como testemunho de uma vida orientada pelo Senhor Ressuscitado.

“A ressurreição de Jesus não é algo do passado, a força da ressurreição está em cada cristão evangelizador que testemunha e acredita na vida e se faz instrumento desse dinamismo”. (Papa Francisco).

O Professor Diogo, na sua fala, citou vários referências bibliográficas, entre outras o livro: O Deus Crucificado, de Jurgen moltmann.

Após a fala, houve algumas contribuições por parte dos participantes que enriqueceu a compreensão. A Ir. Marizete encerrou agradecendo o assessor e parabenizando-o por ter feito uma pequena introdução no tema (Doutrina Social da Igreja) que iremos refletir no próximo encontro que será no dia 5 de setembro.

Agradeceu a participação de todos e fez um pedido para que as Congregações contribuíssem com o Site da CRB, enviando pequenos Vídeos das etapas de formação: Postulantado. Noviciado e Juniorato.

Em nome dos Formadores, agradecemos à CRB PR, na pessoa da Ir. Marizete pela viabilização desse encontro formativo. Foi de alto nível a contribuição que o Professor Diogo nos proporcionou.
Deus os abençoe!
  
Ir. Elza Alves Dantas, SF

 
Indique a um amigo
 
 
Notícias relacionadas